Bolsonaro Alega Tentativa de Facilitar Seu Assassinato e Critica Gestão de Segurança
Durante o evento, Bolsonaro comparou sua situação à do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, questionando a suposta negligência do Serviço Secreto na proteção de Trump e traçando um paralelo com sua própria segurança.
— Quando voltei ao Brasil, tinha direito a dois carros blindados, que Lula pessoalmente retirou. Tenho direito a oito funcionários, mas os quatro que atuavam na minha segurança foram removidos. Até meu filho, Carlos Bolsonaro, teve seu pedido de renovação de porte de arma negado pela Polícia Federal — reclamou Bolsonaro.
O ex-presidente também fez um comentário comparando os eventos nos Estados Unidos com a situação no Brasil, afirmando que o que ocorre lá serve de "espelho" para a realidade brasileira.
— Eles querem facilitar. Não querem mais me prender, querem que eu seja executado. Não posso pensar de outra forma. O que acontece nos EUA nos últimos anos se reflete no Brasil. Acredito na eleição de Donald Trump em novembro — afirmou Bolsonaro.
Os assessores mencionados por Bolsonaro — Marcelo Câmara, Max Guilherme, Osmar Crivelatti e Sérgio Cordeiro — estão sob investigação pelo STF por suspeitas de tentativa de golpe, envolvimento em casos de joias e fraude em cartões de vacinação.
Após a repercussão das suas declarações, Bolsonaro tentou esclarecer que suas críticas eram dirigidas ao "sistema como um todo", e não especificamente ao STF ou a Lula. Em entrevista à coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, ele reafirmou:
— Eu estava me referindo ao sistema como um todo. Não defendo a prisão de Alexandre de Moraes, não toco no assunto. Só critico Lula. Lula está f****** a gente.
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) respondeu às alegações, esclarecendo que ex-presidentes têm direito a dois carros, mas não necessariamente blindados. A pasta também afirmou que as nomeações de servidores para a segurança de ex-presidentes seguem as normas estabelecidas por lei.
— As regras para ex-presidentes são definidas pela Legislação (Lei nº 7.474/1986) e são as mesmas para todos os ex-presidentes: nenhum deles tem veículo blindado à disposição. As medidas cautelares cabem ao Poder Judiciário. O ex-presidente Jair Bolsonaro pode nomear servidores para sua segurança conforme previsto na lei, sem direitos adicionais — esclareceu a Secom.
O STF ainda não se pronunciou sobre as declarações feitas por Bolsonaro.