Governo Lula Reduz Bilhões em Programas Sociais e Outras Áreas
O ajuste foi motivado por uma revisão inflacionária e outras reduções ao longo do ano, conforme dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) e do Siga Brasil, do Senado. Em março, houve um ajuste de R$ 4,1 bilhões nas despesas condicionadas à inflação de 2023, com cancelamentos adicionais em meses subsequentes.
A manutenção administrativa de 83 órgãos federais, incluindo instituições cruciais como a Receita Federal, Polícia Federal e Exército, sofreu uma redução de R$ 799,6 milhões. A Polícia Federal, por exemplo, teve um corte significativo, o que pode afetar suas atividades operacionais e a segurança de eventos importantes, como as reuniões do G20.
Além disso, programas como Farmácia Popular, ensino integral e Auxílio Gás também sofreram cortes substanciais, enquanto o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve a retirada total de recursos para 12 obras em rodovias federais.
Por outro lado, os gastos previdenciários tiveram um aumento de R$ 13 bilhões, refletindo uma crescente demanda por benefícios como aposentadorias e pensões. Economistas alertam que esse crescimento pressiona o Orçamento, levando a cortes em investimentos e manutenção de serviços públicos.
Raul Velloso, especialista em contas públicas, destaca a necessidade de uma nova reforma da Previdência para aliviar essa pressão:
"Se o governo não atacar o problema previdenciário, continuará dando voltas. Hoje, ele aperta quem já está apertado, reduzindo investimentos em infraestrutura, essenciais para o crescimento econômico."
O Ministério do Planejamento, liderado por Simone Tebet (MDB), justificou os cortes, afirmando que foram feitos a pedido dos ministérios afetados e por determinação do governo, sem prejuízo à execução de políticas públicas ou atividades.