Investigação Contra Bolsonaro é Retomada sem Explicações
Bolsonaro está sendo investigado por suposta interferência no caso de corrupção no Ministério da Educação (MEC), que resultou na prisão temporária de Milton Ribeiro. O ex-ministro foi detido durante a apuração inicial, que se concentrou em um esquema de corrupção envolvendo a alocação de verbas públicas em troca de propina, segundo a Polícia Federal (PF).
A investigação foi interrompida após surgirem indícios de que Bolsonaro teria influenciado o andamento do processo. No entanto, a Procuradoria da República no Distrito Federal solicitou recentemente à Justiça a retomada imediata da investigação, apontando que nenhuma nova diligência foi realizada desde a suspensão. O MPF enfatiza a necessidade de prosseguir com a apuração e solicita à Polícia Federal um relatório detalhado sobre as medidas cautelares já adotadas, além de evidências que confirmem a autoria e materialidade dos delitos investigados.
O caso gira em torno da suspeita de que Bolsonaro teria alertado Ribeiro sobre uma operação de busca e apreensão da PF, baseada em uma conversa telefônica entre o ex-ministro e sua filha, registrada com autorização judicial. A investigação revelou que pastores envolvidos no esquema de corrupção atuavam com o conhecimento e consentimento de Ribeiro.
Em julho de 2022, com Bolsonaro ainda gozando de foro privilegiado, o caso foi transferido para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro de 2022, a ministra Cármen Lúcia autorizou a continuidade da investigação, mas devolveu o processo à Justiça Federal após o fim do mandato presidencial de Bolsonaro. Na gestão de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi defendido o arquivamento das questões relativas a Bolsonaro, o que contribuiu para o atraso na investigação.
Com a Justiça Federal em Brasília solicitando um parecer do MPF em julho deste ano, a investigação agora busca acelerar seu andamento para esclarecer as alegações contra o ex-presidente e o ex-ministro.