O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disparou críticas contundentes contra seus antigos colegas de Corte e o atual ministro Alexandre de Moraes, afirmando que os atuais membros do STF “perderam a cidadania” em virtude de suas recentes atuações. Segundo Mello, a concentração de poderes é não apenas indesejável, mas também “perniciosa” para o sistema judicial.
Marco Aurélio expressou descontentamento com o uso que Moraes tem feito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para implementar medidas contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “É uma situação lamentável. A administração pública só pode agir quando autorizada por lei. O Judiciário deve ser um órgão inerte, sempre provocador: no sistema brasileiro, a polícia investiga, o Ministério Público acusa e o Judiciário, independente e equidistante, julga”, afirmou Mello.
O ex-ministro também criticou a prática de utilizar juízes auxiliares no STF e no TSE, um procedimento que, na visão de Mello, compromete a função dos juízes de primeira instância. “Não vejo com bons olhos a prática de desviar um juiz de primeiro grau para atuar como auxiliar de um ministro, quase como se fosse um assessor. Isso desvirtua o papel dos juízes”, declarou.
Em relação ao polêmico inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes, Marco Aurélio não poupou críticas, chamando-o de “inquérito do fim do mundo”. Ele destacou que o processo começou de maneira inadequada e continua sem previsão para conclusão. “Não sei quando o inquérito terminará, pois ele abrange tudo. Já está em tramitação há quatro anos. Começou errado porque foi instaurado pela própria vítima, que é o Supremo. E o então presidente do STF, Dias Toffoli, em vez de sortear um relator, escolheu Alexandre de Moraes pessoalmente”, concluiu Marco Aurélio.
As declarações de Marco Aurélio Mello refletem um profundo descontentamento com as práticas judiciais atuais e uma crítica direta à gestão de Moraes e às mudanças na dinâmica do STF.
Marco Aurélio Mello Critica Severamente Ministros do STF e Alexandre de Moraes
