Moraes Alega Conspiração Criminosa como Justificativa para Vazamento de Mensagens
O inquérito, aberto na segunda-feira (19) e cujo sigilo foi levantado nesta quinta-feira (22), investigará essas alegações. Moraes afirma que a divulgação das mensagens privadas entre servidores do TSE e do STF indica uma tentativa estruturada de minar o Estado de Direito, atacando especificamente o Poder Judiciário e o STF.
Esta justificativa ocorre após a Folha de S.Paulo reportar que o gabinete de Moraes teria ordenado informalmente a elaboração de relatórios pelo TSE para fundamentar decisões contra manifestantes, jornalistas e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito do Inquérito das Fake News.
Moraes, que também está conduzindo a investigação sobre o vazamento, defende que a organização criminosa visa a cassação dos membros da Suprema Corte e o fechamento da instituição, promovendo um retorno à ditadura e o afastamento da Constituição Federal.
O caso ganhou novos desdobramentos com a apreensão do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, pela Polícia Civil de São Paulo. Tagliaferro, que foi intimado a depor pela Polícia Federal na quinta-feira (22), teve seu novo celular apreendido. Sua defesa criticou a condução do caso por Moraes, afirmando que ele nega qualquer envolvimento no vazamento e pode ser uma vítima ou testemunha crucial.
Além disso, Moraes recebeu apoio de outros ministros do STF, como o presidente Luís Roberto Barroso e o decano Gilmar Mendes, que minimizaram a importância das reportagens sobre o caso.
Com mais de 6 gigabytes de diálogos e arquivos trocados via WhatsApp entre auxiliares de Moraes e membros de sua equipe no TSE e no STF, o caso continua a gerar controvérsia. A defesa de Tagliaferro criticou o que considera um excesso na condução das investigações, enquanto o jurista André Marsília argumenta que o novo inquérito é ilegal e sugere que Moraes deveria estar sob suspeição.