Sessões do STF Antecipadas para Viagem de Ministros a Portugal
Conflito de Agendas
O fórum em Lisboa, que tradicionalmente reúne membros dos Três Poderes, tem gerado questionamentos sobre a prioridade dada pelos ministros do STF a eventos internacionais em detrimento de suas obrigações no Brasil. Com o recesso do Judiciário programado para julho, a antecipação das sessões levanta suspeitas sobre a gestão do tempo e o compromisso dos ministros com os processos pendentes no tribunal.
Decisão de Barroso
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, foi o responsável por agendar as novas datas das sessões. Segundo informações divulgadas, a mudança foi necessária porque “diversos ministros participarão de evento acadêmico em Lisboa, inclusive o próprio presidente.” Essa justificativa, no entanto, não dissipa as críticas sobre a conveniência da antecipação.
Pauta de Julgamentos
Na pauta das sessões antecipadas, o STF planeja julgar processos significativos, incluindo questões relacionadas à atuação dos Tribunais de Contas. Um dos destaques é o referendo da decisão do ministro Gilmar Mendes, que em janeiro determinou o retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Rodrigues havia sido afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no ano passado, mas a decisão de Mendes, embora pautada anteriormente, nunca foi julgada pelo pleno do STF.
Implicações
A antecipação das sessões do STF para acomodar a participação dos ministros em um evento internacional organizado por um de seus próprios membros pode ser vista como um exemplo preocupante de prioridades deslocadas. Em um momento em que a confiança pública nas instituições está em jogo, decisões como essa apenas aumentam o ceticismo e a crítica sobre a independência e a seriedade do Supremo Tribunal Federal.