Ministro das Comunicações de Lula é Indiciado pela PF por Corrupção e Lavagem de Dinheiro
Os supostos delitos teriam ocorrido em projetos de pavimentação em Vitorino Freire, no Maranhão, onde a prefeita, Luanna Rezende, é irmã de Juscelino. Embora afastada temporariamente de seu cargo, Luanna foi posteriormente autorizada pelo ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a reassumir suas funções.
Segundo relatos da PF, as obras em questão teriam sido viabilizadas por emendas parlamentares indicadas por Juscelino durante seu mandato como deputado federal, antes de sua nomeação para o cargo ministerial.
Documentos, incluindo um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), apontam que 80% dos benefícios das obras financiadas pela emenda destinada por Juscelino favoreceram propriedades pertencentes à família do ministro e de Luanna.
O inquérito sobre o caso, sob a relatoria do ministro Flávio Dino, nomeado por Lula, está em andamento no STF. A PF submeteu ao magistrado um relatório conclusivo sobre o caso, mantido em sigilo.
O envolvimento de Juscelino nas investigações teve início após a descoberta de trocas de mensagens entre ele e o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, sócio oculto da Construservice, empresa empreiteira envolvida em licitações da Codevasf e apontada como peça central no esquema.
Eduardo DP foi detido durante a primeira fase da Operação Odoacro. Em seu relatório, a PF descreveu a relação entre Juscelino Filho e Eduardo DP como "claramente criminosa", afirmando que o empresário comandava o esquema.
O Ministério das Comunicações, em nota, declarou que Juscelino é vítima de acusações infundadas e que sua conduta sempre foi marcada pela ética, responsabilidade social e uso apropriado dos recursos públicos para beneficiar os mais necessitados.
Em uma entrevista ao jornal O Globo em fevereiro, o ministro afirmou encarar as investigações com tranquilidade e se dispôs a prestar esclarecimentos, ressaltando a divisão de responsabilidades entre o Parlamento, o Executivo e os órgãos de fiscalização na execução do orçamento público.